Com uma grande produção de vinhos, a Argentina tem inúmeras castas de uvas que são cultivadas no país e praticamente todos os estilos de vinhos são encontrados com facilidade no país, tintos, brancos e rosés. Para te auxiliar a conhecer um pouco melhor quais são essas variedades que o país vizinho oferece, vamos falar um pouco sobre algumas das principais. Continue acompanhando para saber mais!

Malbec

Originária do sudoeste da França, a uva Malbec foi trazida para a Argentina em 1853 pelo engenheiro agrônomo Michel Pouget, a pedido do presidente do país na época, Domingo Sarmiento.

Em seu país de origem, a Malbec não era muito cultivada, sendo preterida por outras castas. Entretanto, a uva se adaptou tão bem à Argentina que, em pouco tempo, o país já era considerado um dos principais produtores de Malbec do mundo, gerando rótulos muito melhores do que os produzidos em seu país de origem, a França.

Os vinhos de Malbec geralmente possuem boa estrutura e acidez moderada, apresentando notas de frutas bastante maduras no olfato. Produzido principalmente na região de Mendoza, na qual existem muitos hectares de vinhedos dessa variedade de uva, o Malbec se tornou o ícone dos vinhos argentinos. Exportado para o mundo inteiro, é considerado um sinônimo de qualidade e elegância.

Cabernet Sauvignon

Aproximadamente 15% das uvas tintas cultivadas na Argentina são da casta Cabernet Sauvignon. Elas ficam atrás apenas da Malbec, que domina o mercado com mais de 30% e da Bonarda.

Assim como a Malbec, a Cabernet Sauvignon também chegou ao país em 1853, a pedido do então presidente da Argentina. Conhecida como a rainha das uvas tintas, a casta é originária da região de Bordeaux, sudoeste da França e também se estabeleceu bem no país, gerando excelentes vinhos do seu tipo.

Cabernet Sauvignon é uma das variedades de uvas mais versáteis, porém, sendo elaborado de forma clássica revela aromas marcantes de frutas negras e notas vegetais, com bom corpo e riqueza de tanitos. Em regiões mais quentes, também é possível sentir notas de azeitona e tabaco, aumentando a complexidade do produto final.

Eles costumam ser uma boa opção se você quiser harmonizar vinhos e pratos mais untuosos, especialmente carnes vermelhas. Faça a tentativa: você não vai se arrepender!

Syrah

Originária da França, a casta Syrah origina vinhos de alta concentração de cor e tornou-se responsável por cerca de 12% do cultivo de uvas tintas na Argentina, é uma variedade bastante encontrada também nas vinícolas da Austrália e de seu país de origem.

Uma das mais célebres uvas do mundo, a sua verdadeira origem é cercada de mitos. O que se sabe — por meio de pesquisas que analisaram o DNA da uva — é que a Syrah é um cruzamento natural entre as castas Mondeuse (branca) e Dureza (tinta) que ocorreu no rio Rhône.

Como a casta se espalhou pelo mundo, talvez você já tenha ouvido alguém se referir a ela por outro nome — como ShirazSirac e até mesmo Sira. Suas uvas produzem um vinho encorpado, profundo e com notas de especiarias e frutas negras maduras, como ameixa. Na Argentina, como são cultivadas em regiões de clima quente e podem apresentar notas aromáticas que lembram chocolate.

Um bom rótulo de Syrah é uma ótima opção para acompanhar carnes de caça, queijos mais intensos, além de ser um excelente acompanhamento para fondues.

Tempranillo

Cerca de 6% das uvas tintas cultivadas na Argentina são da casta Tempranillo. Embora não sejam tão famosas, as uvas Tempranillo são usadas para produzir excelentes vinhos. Sua origem é a Península Ibérica, mais especificamente a Espanha. Entretanto, também é muito cultivada em Portugal, e talvez você já tenha ouvido alguém se referir a ela como Aragonez ou Tinta Roriz.

Tempranillo é uma casta que se adapta muito bem a variados climas, desde os mais frios, como a Patagônia, até os mais quentes e secos, exatamente como os da região vinícola de Mendoza, o que faz com que a casta se adapte muito bem à Argentina.

Os vinhos elaborados com essa uva costumam apresentar boa estrutura e taninos redondos. Em relação aos aromas, as principais aromas lembram frutas vermelhas, com delicadas notas terrosas e de couro.

Bonarda

Bonarda é a segunda casta mais produzida na Argentina, com cerca de 17% da produção entre as tintas, disparando na frente de uvas mais famosas, como Cabernet Sauvignon e Merlot. Ela foi levada para o país por imigrantes italianos no fim do século XIX. Aos poucos, a uva se adaptou às condições climáticas e ao terroir do país andino. Produzida especialmente na região de Mendoza, já que necessita de bastante calor para amadurecer. Conhecida pelo bom rendimento no campo, por muito tempo foi definida com de baixa qualidade, porém nos últimos anos, diversas vinícolas estão resgatando a alma da verdadeira Bonarda, apresentando crescimento significativo em solos argentinos.

Em comparação com outras castas tintas produzidas na Argentina, o destaque da Bonarda está atrelado ao seu corpo moderado e tanitos delicados. Em relação aos aromas, as notas mais nítidas lembram frutas vermelhas, ervas e uma atrativa picância. Sabendo escolher, você pode encontrar belas surpresas em vinhos Bonarda. Vale arriscar e encontrar um rótulo de bom custo-benefício.

Torrontés

De todas as variedades que citamos, a Torrontés é a única casta branca. Mesmo não sendo a mais produzida no país, perdendo para a Pedro Gimenez, é considerada a mais famosa, pelos vinhos de excelente qualidade que resultam de sua produção.

Não se sabe exatamente qual é a origem dessa casta, mas acredita-se que ela é resultado do cruzamento entre a Moscatel de Alexandria e a Criolla Chica. As principais regiões produtoras dessa uva na Argentina são Salta e La Rioja.

Inicialmente, os vinhos argentinos produzidos com Torrontés tinham baixa acidez, textura densa, e uma tendência ao amargor. Essas características mudaram ao longo dos anos e, hoje, os vinhos Torrontés são reconhecidos por seus aromas florais e frutados, um corpo médio e uma acidez moderada. Bastante aromática, essa casta lembra um pouco a Moscato.

 

Fonte: blog.famigliavalduga.com.br